Mensagem fraterna 219
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Partida e chegada.
Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de rara beleza.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "Já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao ponto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos ver mais.
Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante que alguém diz "já se foi", haverá outras vozes mais além, a afirmar: "Lá vem o veleiro"!!!
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível, dizemos: "Já se foi".
Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas e afeições persistem na nova dimensão espiritual.
Nada se perde a não ser o corpo físico de que não mais se necessita. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos "já se foi", no Além, outro alguém dirá: "Já está chegando". Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida.
Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário ou incomodo.
A vida é feita de partidas e chegadas, de idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Conforme escreveu o poeta francês Victor Hugo:
- O berço tem um ontem e o túmulo um amanhã.
Assim, um dia, todos nós partimos como seres imortais que somos, ao encontro d´Aquele que nos criou.
(Desconhecemos o Autor. Alguns atribuem a Victor Hugo...Alguém sabe?)
Casa do Caminho
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